domingo, 5 de agosto de 2012

Capitulo.9


 Estavamos eu e Taylor em volta da fogueira. Eu contando as minhas aventuras no sítio do meu avô e ela as aventuras no acampamento só pra garotas. Depois ela me contou que é jogadora de vôlei profissional e faz faculdade de educação física. Foi quando ela me perguntou se eu estudava ou trabalhava que minha fixa caiu. Me fez lembrar da "dor" que me motivou a aceitar competir nesse jogo.
-O que foi?- Ela me perguntou, meio preocupada.
-Nada.- Disse, enxugando a lágrima que escapou.
-Temos nada a perder. Afinal podemos virar comida de peixe daqui á alguns minutos.
Olhei nos olhos cor piscina dela... Bem, por mais que esse pensamento me desse terror, ela estava certa, então me abri:
-É que... Entrei na faculdade junto com a minha namorada... Que morreu, é por causa dela que estou aqui.
O rosto de Taylor refletia pena. Agora sim que não estava entendendo esse jogo...
-Sinto muito.- Disse ela.
-E você? Por que esta aqui?- Perguntei, com lágrimas no rosto mas com muita curiosidade.
Ela me fitou por um longo momento, parecia que os muros de seu coração eram maiores do que o meu, porque ela exitava se iria me contar ou não, por uns longos minutos, ela disse:
-Vamos, já esta na hora.
Ela se levantou e foi em direção ao barco, ignorando a minha pergunta. Me levantei e disse:
-Você acha "isso" justo Taylor?!- Eu disse, revoltado.
Ela me lançou um olhar letal, me deixando na fria.
Resolvi obedece-la. Mas ainda não achava justo o que ela fez comigo.
Levamos o barco até a água e ficamos remando com ele para uma boa distância da praia. Senti um cheiro de... A Taylor me ergueu um bolo de algo pastoso com cor de lama, mas com um cheiro familiar:
-O que é isso?- Perguntei.
-Cera de ouvido. Já ouviu a lenda de Odisseu e as sereias?
-Han... Já. Mas onde conseguiu isso?
-Nem queira saber o que os nativos fazem com bolos de cera.- O olhar de Taylor era categórico.
Engoli em seco e peguei um pouco da cera, e enfiei no meu ouvido.
-Ta me ouvindo?- Nem ouvia minha própria voz.
Ela falou alguma coisa, mas parecia ser um "Não estou te ouvindo". Funcionou.
E cantamos a música que combinamos, era uma cantiga dos nativos chamada... "O garoto que nunca mais voltou".
Ficamos com as mãos escondidas segurando a rede.
Minutos e minutos se passaram e nada... Minha paciência já havia se esgotado. E já estavamos ficando cansados, e bocejamos juntos, e voltamos a cantar.
Meus olhos quase saltaram quando um rosto masculino, que parecia ser um nativo, emergiu da água... Mas em seu pescoço vi duas deformações de cada lado... Guelrras.