sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Capitulo.10


Estava esperando o sinal da Taylor, olhei pra ela... Seus olhos pareciam estar distantes... Mas na mesma hora que pensei que ela estava hipnotizada, dei a minha iniciativa... Saltei pra cima da criatura, tentando envolvê-la com a rede, minha parceira de pesca foi junto comigo...

Percebendo que era uma emboscada, a criatura lutou contra os nossos braços e acabamos nos afundando na água. Mau tive tempo de prender o fôlego. O índio de nadadeiras escapou de nossos braços, mas continou preso na rede. Enquanto lutava para se libertar, Taylor e eu o puxamos com todas as nossas forças, tentando alcançar a superfície... Aliás era ela que fazia quase o trabalho todo, ela devia ter esperiência com exercícios aquáticos, eu mau sabia o que estava fazendo... Usei todas as minhas forças... A luta estava por um triz, se um de nós ceder o equilíbrio acaba.

Vendo o risco de perder, o meu cérebro acabou dando apitos de emergência... Não estava aguentando segurar o folêgo, precisava fazer alguma coisa. Instintivamente peguei a primeira pedra pontuda que vi e cravei na cauda da criatura... Sangue e bolhas soaram, o índio vacilou.

Eu e Taylor ganhamos terreno e emergimos nossas cabeças para a superfície, tomamos os maiores goles de ar de nossas vidas, e continuamos a nadar em direção á praia, o tritão ainda lutava contra as nossas forças. Puxamos, puxamos e puxamos... Acabamos vencendo.

Minha alegria foi fora do comum, quando começei a chegar á areia... A criatura se revoltou contra nós, com duas fileiras de dentes á mostra, ele rosnou e tentou morder a Taylor, mas essa acabou dando-lhe um soco - Profissional- na cara dele.

Boquiaberto, vi o índio desmaiar, enquanto o puxava para mais longe da água. Juro que ouvi o som do golpe. Taylor fez um gesto com a mão para bater afim de comemorar o trabalho, e correspondi.

Amarramos o índio com um maço de corda que encontramos no pequeno barco. Esperamos uns vinte minutos até ele retomar a consciência, quando os olhos dele se abriram, ele gemeu um pouco. Taylor estalou os dedos... lá vem mais violência...

-Boa noite... Sabe falar?- Ela usou um tom de voz típico de interrogatório de uma policial tentando ser amigável.
-Han... Sim.- A voz de cantor dele entrava em conflito com sua boca que ainda estava sangrando e supostamente com algum dente mole.
-Bem, bem, bem...- O sorriso dela era malévolo.- Queremos uma lágrima sua... Por favor, pode... Chorar?
O índio fez uma careta feia e cuspiu um jato de água com um pouco de sangue no rosto dela. A resposta de Taylor: Um tapa na cara. Ela pegou o seu queixo e rosnou:

-Escuta, eu não tenho a noite toda, estou com muito sono, e sou capaz de qualquer coisa. Se não me der o que eu quero agora, eu vou arrancar os seus dentes um a um até você chorar de dor.

Não pude mais ficar parado. Essa atitude não era humana. Não iria fazer uma pessoa- Ou quase- sofrer só pelos meus motivos igoistas.

Peguei o ombro de Taylor e a puxei pra falar comigo:
-Você não pode fazer isso! Ele é humano também, sabia disso?
-Dane-se! Eu quero vencer esse jogo custe o que custar! Tentei ser boazinha, mas aquele bacalhau não quer colaborar então vou ter que apelar pra...
-Você é uma louca!!!- Berrei, mau reconheci minha voz.- Você não vê que a vítima dessa história é ele! Arrastamos o coitado para a areia, você espanca ele, e ainda pede na mão grande que ele chore pra nos dar uma misera lágrima... Lamento, mas não é assim que a banda toca.

A raiva nos olhos dela era mortal, mas ela se aliviou um pouco, e recuperou o sarcasmo:

-E o que sugere?