sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Capitulo.11


-Nos desculpe, só queremos uma lágrima.- Falei, me chingando por dentro diante da ideia mais idiota que eu tive- Foi nada pessoal eu ter cravado uma pedra na sua... nadadeira.

A criatura continuava me olhando, zangada, seus dentes estavam expostos. Nem sabia se estava entendendo cada palavra que eu dizia.

-Afinal de contas, qual é o seu nome?- Ele não me respondeu, ainda fechava a cara para mim.

Tentei puxar papo com ele, ser o mais amigável possivel... Nada. Foi o ronco da Taylor que me fez perceber o quanto tempo se passou. A coitada não aguentou esperar e caiu no sono. Por mais que queria estar a frente dela, tinha que admitir o meu fracasso.

Deitei na areia e mergulhei num pesadelo cheio de monstros e uma garota traissoeira. Não me lembro de muitos detalhes, mas havia olhos vermelhos, sombras e sorrisos nada amigaveis.

Para a minha sorte, acordo primeiro, e me levanto num vulto, suspirando e suado. Olho para o lado e vejo a minha inimiga dormindo ainda, profundamente. Quando volto o meu olhar para a criatura um profundo choque me percorre:

A criatura, não era mais uma criatura, era um homem... Nu. Com a parte inferior das pernas vermelhas com a ferida que causara na sua antiga cauda. Outro detalhe era que ele estava chorando intensamente: Dor, raiva, tristeza."Me solta", seus olhos pediam.

Por alguma razão, notei algo novo dentro do meu bolso, quando verifiquei era um pequeno frasco com uma tampa vermelha. Eu sabia o que fazer. Fui até a criatura e encostei o objeto perto do seu olho e peguei o que queria. Eu desamarrei ele. Sua unica fala na história me surpreendeu:

-Água.- Ele olhava para o horizonte. Eu entendi o que ele queria.
Olhei para as suas duas pernas feridas... Queria pelo menos tratar da ferida que causara, mas não dava. O máximo que podia fazer era ajuda-lo a se levantar, e carrega-lo pelo seu braço enquanto capengava sobre seus novos membros feridos, ele se jogou no mar, pedi desculpa, mas esse não ouviu, sumiu na imensidão aquática.

Olhei para cima, o vulcão começava a soltar suas primeiras rajadas de fuligem para o céu. Eu corri para a floresta, sem olhar pra trás. Acabei percebendo que passei a perna na Taylor. Sim, eu peguei a lágrima pelas costas dela, mas será que a nossa aliança ainda estaria valendo? Ela faria o mesmo? Depois de ser amarrado duas vezes e ter uma faca roçando em minha garganta creio que as possibilidades não sejam tão imprevisiveis. Provavelmente ela iria se vingar de mim. Poderia ficar pior? Ela estaria aliviando pra mim? Ela seria capaz de tudo?

Corria, pisando em folhas, formigueiros e outros membros da fauna e flora que possuiam alguma parte vermelha. O vermelho, uma cor bem peculiar. Se eu fosse adivinhar a cor favorita desse tal de Ômega... Afinal, será que ele é um ser vivo ou uma força muito poderosa. Ele se divertia vendo eu e Taylor nos descabelando para vencer o jogo? O jogo seria televisionado? Planetas estariam nos assistindo? Ok, vou parar com as perguntas.

No fim da floresta, acabo encontrando uma escada de terra que levava até o topo do vulcão. Era alta, mas era melhor do que escalar. Peguei um cacho de banana caído no chão, e almoçei, subindo as escadas para a minha vitória.

Acabei me lembrando que o vulcão tinha olho... Sera que fica no topo? Via nenhum sinal de orificios ópticos. Continuei subindo. Algo na minha mente me cutucava dizendo que tinha algo errado... Taylor. Olhei pra trás... Ninguém. Teorias: Perdida na floresta, dormindo ainda, esta tendo uma crise de pânico ou alguém matou ela. Não quis ficar parado pensando, continuei subindo.

Gritei um "viva" quando em fim cheguei ao topo. A lava estava quase chegando na borda, e vi o que poderia ser o "olho": Uma grande possa de liquido azul claro com bordas em formato ocular.

Mau tive tempo de sorrir, porque levei o maior soco na cara na vida. Chegou a fazer barulho. O impacto me fez cair, para a minha sorte, o frasco no meu bolso não bateu no chão.

-SEU DESGRAÇADO! SÓ PORQUE FUI LEGAL COM VOCÊ, ACHA QUE PODE ME DAR O TROCO?!- Taylor rosnou, a raiva súbita.- Pois bem, você pediu.

Ela apaupou os meus bolsos. Quis gritar "Tire as mãos de mim maluca!", mas só pude gemer. Meu queixo doia monstruosamente, estava preocupado com a minha arcada dentária. Eu sei o que vocês devem estar pensando "Que bichona", "Eu aguentaria, já tive piores", "Frangote","Esse ai nem quebra asinha de mosquito", sim, vocês falariam isso porque não conhecem a Taylor. Acreditem se quiser, se uma mulher zangada consegue matar uma pessoa, imagina a Taylor e multiplique por 10. Se não acreditam, pra mim não faz diferença, de qualquer forma, coisas mais impossiveis aconteceram nessa história. Em fim, estava imobilizado de dor, Taylor pega o frasco.

Quando ela foi andar até a água, só o que pude fazer era agarrar a perna dela:

-Nããããu...- Minha voz saiu arrastada de dor. Mas meu ato foi em vão, porque levei um belo chute na cara. Engoli terra, lama, cascalho e pequenos cadáveres de vermes... Eca.

Enquanto cuspia, Taylor ia concluir o desafio. Ouvi o vulcão rosnar debaixo de mim, o sol, o cheiro de fogo e fuligem ficou mais intenso.

Vi o sol se pondo. E tudo clarear mais e mais, enbranquecendo... Vi mais nada, apenas ouvi o som de uma gota, e senti o cheiro de uma lágrima cheia de sentimentos...

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