domingo, 29 de julho de 2012

Capitulo.8

O caçique (Pelo menos era quem eu achava que era), me passou um pote com um liquido verde com alguns pedaços de insetos boiando, eu tinha que comer isso se quisesse ser aceito pela aldeia. A minha fome era maior do que o meu nojo... Não tinha muita escolha... Acabei gostando, bebi quatro potes.

Quando eu comia o quarto pote, me engasguei ao ver a Taylor vindo na minha direção, com uma expressão fria. Imaginei o que ela faria comigo... E era nada bom. Mas para a minha surpresa, ela deu um sorriso de "paz irmão" e falou:

-Podemos converssar?- Ela se sentou ao meu lado.
-Ta, qual é a armação?- Falei irônico.
Ela me fitou séria.
-Tem armação nenhuma. Escuta se quisermos vencer esse desafio vamos ter que trabalhar juntos.
-Você me sabota duas vezes e ainda quer a minha ajuda? Sinto muito mas vai ser difícil confiar em você de novo.- Disse repulsivo.
-Você quer saber qual "predador" devemos pegar?
Olhei pra ela cheio de pontinhos de interrogação.
-O povo daqui tem uma lenda sobre criaturas meio humanas e meio peixes que atraem homens e mulheres  pro mar... E os devoram. São raros os casos em que as pessoas sobrevivem quando passam pela praia á noite... E todos esses estavam acompanhados. Então tenho certeza absoluta que não vou conseguir a lágrima sem ajuda.
 Ficamos olhando um para o outro, pensativos. Suspirei, dei um sorriso largo e apoiei a mão no queixo como o William Wonka original:
-Sereias? Isso ai não é meio "Piratas do Caribe"?- Eu disse.
-Nem me fale.- Taylor se esforçou pra não rir.
-Por que você não pede ajuda a alguns dos nativos?
-Porque pra eles seria um pedido de suicidio.

Bingo. Ela estava certa. Eu toparia arriscar a minha vida pela Ana, ela era o motivo de estar aqui... O amor que sentia por ela era muito mais forte do que um deserto escaldante ou qualquer monstro que tivesse de enfrentar.
-Então, topa unirmos forças... Temporariamente?- Ela estendeu a mão para mim.
-Sem truques? Jura mesmo?
-Sim. Trégua?
-Trégua.- E apertei a sua mão. Tinha nada a perder.

(Algumas horas depois)

-Uma rede de pescar?- Eu disse, estranhando.
-Tem algo melhor?- Disse sarcástica.- Esta vendo uma pokebola aqui por um acaso?
Fiquei calado. Analizando: Estávamos em uma ilha onde só viviam humanos primitivos, faltava algumas horas para a noite e o que nos tinhamos para capturar um monstro aquático era uma rede de pescar num bote abandonado.

A luz alaranjada do belo meio-sol se pondo atrás de Taylor fazia um belo cartão-postal, especialmente o efeito que causava no rosto da bela garota na minha frente, apesar de todas as rasteiras que ela me deu, não podia negar que ela estava muito bonita nessa cena... Mas se ao menos ela soltasse os cabelos...
-Hey! Alôooooo?! Você ta ai?!- Ela gritou estalando os dedos na minha cara.
-Han?! Ha, sim...- Voltei a realidade... Viajei demais.- Errr... Tudo bem. Vai ser essa rede de pesca mesmo. O plano parece bom.
Ela deu um riso.
-O que foi?- Perguntei.
-Nada não... E aí? Sabe fazer uma foqueira?- Era a primeira vez que pude indentificar um sorriso, de pura felicidade, verdadeiro nela.

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